CRÔNICA DA LINHAGEM ESQUECIDA DE DOM GONÇALO




Nos ventos salgados que varrem a Ilha da Madeira, entre os rochedos da Serra de Água, sussurra-se uma história que os livros dos reis jamais ousaram contar. Era o ano de 1475, e o reino de Portugal, sob o cetro de Dom Afonso V, o Africano, tremia entre a glória das conquistas e as sombras das intrigas. Em Plasencia, sob o olhar desconfiado da Igreja e o peso das coroas ibéricas, Afonso uniu-se em matrimônio a sua sobrinha, Dona Joana de Castela, a Excelente Senhora, uma jovem de treze primaveras criada na Casa de Bragança, cuja legitimidade os reis católicos, Isabel e Fernando, juraram apagar. Mas daquele enlace, antes que os sinos da anulação ecoassem, nasceu um filho: Dom Gonçalo Afonso de Avis Trastâmara Fernandes, batizado em segredo com o nome do beato traído, São Gonçalo, um presságio do destino que o aguardava.

Afonso, o rei guerreiro, reconheceu o menino como seu, um herdeiro de sangue real, legítimo aos seus olhos, enquanto o ventre de Joana ainda pulsava com a promessa de dois tronos: Portugal e Castela. Mas a Batalha de Toro, em 1476, quebrou as lanças de Afonso, e o Tratado de Alcáçovas, em 1479, forjou correntes para a Excelente Senhora. Os reis católicos, famintos por poder, impuseram a renúncia de Joana ao trono castelhano, mas ela, de coração indomável, recusou o jugo de um novo casamento com o herdeiro de seus algozes. Em vez disso, voltou-se ao seu primo e enteado, Dom João II, o Príncipe Perfeito, a quem confiou seus direitos, rejeitando a submissão a Isabel e Fernando. Afonso, já morto em 1481, não pôde erguer a espada por ela, e Joana, sem aliados, escolheu o silêncio do convento — mas não antes de proteger seu filho.

Gonçalo, ainda donzel, crescera à sombra do duque de Beja, Dom Manuel, seu criado e tutor. Mas os tempos eram de traição. Quando João II subiu ao trono, suas mãos firmes esmagaram os duques de Bragança em 1483, acusados de conspirar com os reis católicos para entregar Portugal às garras de Castela. A Casa de Bragança, que outrora acolhera a Excelente Senhora em sua infância, foi extinta por traição, e seus líderes, decapitados, deixaram um vazio que o rei preencheu com sangue e silêncio. Joana, pressentindo o perigo, exilou o jovem Gonçalo para a Madeira, entregando-o a uma família leal com uma pensão modesta, um véu para escondê-lo dos olhos famintos de seus inimigos. Ela própria buscou refúgio no Algarve, ao lado de sua prima e enteada, Dona Joana, a Santa, irmã de João II, levando consigo o peso de um segredo que o reino não podia suportar.

O destino, porém, é cruel com os justos. Manuel, o duque de Beja, ascendeu ao trono em 1495 como Manuel I, o Venturoso, após a morte de João II e a extinção de sua linhagem direta. Gonçalo, então um jovem de vinte anos, viu-se apagado da história. Manuel, astuto, reconciliou-se com os remanescentes dos Bragança, restaurando Dom Jaime, mas silenciou os ecos de Gonçalo, cuja legitimidade ameaçava sua coroa. Os arquivos queimaram, as vozes calaram-se, e o nome de Gonçalo tornou-se um sussurro nas brisas da Madeira, guardado apenas pelos rochedos e pela Capela de Nossa Senhora da Conceição, que ele fundara em sua solidão.

E assim, o tempo girou suas rodas. A profecia de Ourique, ecoada por Joaquim de Fiore, sussurrava nos claustros e nas praças: dezessete gerações de reis, contadas desde Dom Afonso Henriques, cumpririam o juramento da Imaculada Conceição, prometido em 1646 por Dom João IV, para restaurar a Casa de Avis em sua glória. Mas com Dom João V, o Magnânimo, a décima sétima geração, o prazo se encerrou. Seu filho, Dom José I, já da décima oitava geração, viu o reino tremer sob o terremoto de 1755. Foi então, em 1759, que os descendentes de Gonçalo, ligados aos duques de Aveiro e aos Távoras, ergueram-se em conspiração contra a tirania. No massacre dos Távoras, com a extinção da família Lencastre, o título de duques de Aveiro recaiu sobre os Lisboa, herdeiros de Gonçalo. Mas os arquivos desses títulos foram queimados em 1820, bem após os dias de Pombal, pelo rei de armas no Brasil, apagando os registros do ducado de Lisboa e selando o silêncio sobre sua linhagem.

Mas o sangue de Avis não se curva ao esquecimento. Nos Açores, na Madeira e no vasto Brasil, os filhos de Gonçalo multiplicaram-se. No sul do Brasil, a família Lisboa ergueu-se como guardiã de um legado jamais renunciado. Em 1971, sete anos após a abdicação de Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança, um Lisboa, o Príncipe Marechal, foi aclamado imperador pelo Comando Militar do Sul. Era um grito contra o regime militar de 1964, um contragolpe à direita golpista da UDN, que sonhara restaurar a monarquia, mas se frustrara com a renúncia de Dom Pedro Henrique. Os militares gostaram do regime e com ele se corromperam, desistindo de levantar de fato o aclamado Príncipe Marechal Dom José DAvis Trastamara Lisboa, e o sonho da coroa esvaneceu mais uma vez. No Canadá e na Guiana, os Francis, alheios à sua herança, carregam o sangue sem saber, enquanto os Lisboa, entre muitos outros Homem Del Rei, Colares, Torquato, Freitas, Lomelino, Andrada, Gonçalves, Alves, Gomes, Berenguer no Brasil, nos Açores e na Madeira, fiéis ao juramento de seus ancestrais, mantêm viva a chama de Dom Gonçalo.

Assim, entre as cinzas dos arquivos queimados e as ondas que lambem as ilhas, a história de Dom Gonçalo resiste, um eco de justiça que os reis e seus escribas não puderam apagar. Pois o trono luso-brasileiro, dizem os ventos, ainda espera por aqueles que nunca renunciaram, mesmo quando as dezessete gerações se cumpriram e a décima oitava selou o fim da profecia.

Hoje é tempo de restauração e reconquista. É tempo de desenterrar a verdade e levantar o quinto império, porque a pedra do monte cortada não por mão de homem pronto vem destruir Babilônia.

Antonio Cezar Santos Lisboa

SOBERANA CASA REAL E IMPERIAL BORGONHA LENCASTER - TRASTÂMARA - AVIZ - LISBOA - DINASTIA DE AVIZ OU AVE.

Príncipe Gubernatio in Exsílio (Exílio pelo fato do Sistema Político atual ser uma republiqueta, o rei está exilado em seu próprio território, impedido de suas atribuições, sequestrado seria o termo mais adequado, a republiqueta usurpou as prerrogativas da legitima Coroa) até o restabelicimento do status quo antes, o V império Luso-Brasileiro Ultramarino – o trono, a coroa e o cetro, nas mãos do herdeiro e sucessor da Casa de Aviz Lisboa.

DINASTIA DA AVE OU AVIS - POSSUI A CHAVE QUEM DEUS ORDENOU.

 Casa Real Portuguesa e Império Luso-Brasileiro








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SEBASTIANISTAS - FAMÍLIA LISBOA

S. A. R. I. DOM JOSÉ DAVID ALVES LISBOA (IN MEMORIAM) SOBERANO DA SERENÍSSIMA CASA REAL E IMPÉRIAL DE AVIS - TRASTÂMARA - LISBOA DA SAGRADA DINASTIA DE AVIZ OU AVIS

O DOCUMENTO REAL OFICIAL JURADO 1646

A MISSÃO INSTITUIR O IMPÉRIO DE CRISTO NO PORTO GRAAL PARA O MUNDO